Resumo
O relativo desinteresse dos cientistas experimentais pela importância dos vínculos afectivos contrastou, durante algum tempo, com o relevo que os psicanalistas lhes atribuíam, reconhecendo-lhes a influência nas vidas e nos problemas dos seus pacientes. Não obstante, demoraram a desenvolver uma estrutura científica adequada, dentro da qual a formação, manutenção e rompimento de tais vínculos se pudessem enformar. Esta lacuna teórica foi preenchida pelos etologistas, em particular com os estudos de Lorenz, até aos estudos do comportamento de ligação em primatas não-humanos [Hinde & Spencer-Booth, 1967], inspirando psicólogos a realizar estudos semelhantes com seres humanos [Schaffer & Emerson, 1964; Ainsworth, 1967]. De qualquer forma, voltando à teoria de Bowlby, permanecia, contudo, a dificuldade em explicar a importância das relações precoces. A este propósito, a psicanálise e o behavio[u]rismo defendiam que tal se devia ao papel dos adultos na satisfação das necessidades fisiológicas da criança, mas Bowlby, à luz dos seus estudos, considerava esta posição insustentável, por cinco razões principais [...]
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