sábado, 21 de julho de 2007

APOPTOSE: QUANDO A CÉLULA PROGRAMA A SUA PRÓPRIA MORTE.

Resumo
No âmbito das Neurociências, o termo APOPTOSE, originalmente proposto em 1972, equivale-se ao conceito bioquímico de «morte celular programada» e corresponde a um processo fisiológico de «auto-destruição celular», induzida a partir de mecanismos endógenos à própria célula, seja por processos imunológicos externos, seja desencadeada por «iniciativa celular». Esta «vontade biológica activa» de auto-extermínio requer energia e síntese proteica para a sua execução. Nos seres humanos, durante os períodos embrionário e fetal, as células multiplicam-se exponencialmente, em processos de maturação celular e diferenciação funcional, «fabricando» os vários tecidos e órgãos do corpo. Em particular, para que o sistema nervoso se desenvolva correctamente, é necessária uma excessiva quantidade de células, após o que, por activação homeostática específica, as que sucessivamente se vão tornando supérfluas, são, por «morte celular», naturalmente extintas. Um caso ilustrativo desta organização citológica cronologicamente sequenciada, consubstancia-se na formação dos dedos: no início, os dedos começam por estar todos ligados, sendo o processo de morte programada das células que permite «esculpir» a forma de uma palma penta-digital. Ainda neste contexto, a apoptose diferencia-se claramente da necrose. Nesta, devido a factores externos, lesões físicas ou químicas, impedem a célula de manter os seus processos vitais, sendo, o processo necrótico, claramente visível à microscopia. Ao invés, a morte celular programada não produz alterações evidentes no citoplasma, tornando-se silenciosamente invisível.

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