Este livro narra uma história verídica. No começo dos anos 90, o americano Robert B. Oxnam [1943-], professor catedrático e respeitado especialista em história da China e geopolítica asiática, passa a ter a sua vida privada num caos, com comportamentos anti-sociais, alcoolismo, bulimia, amnésia, súbitos acessos de fúria e incompreensíveis manifestações de violência. Instado pelos amigos, decidiu procurar ajuda e, um dia, surpreendido, foi informado pelo seu psiquiatra de que o tempo da sua sessão havia terminado: «Passei os últimos 50 minutos a conversar com o Tommy», explicou o Dr. Smith. «Ele está dentro de si e está furioso». Robert B. Oxnam, sofria da Perturbação Dissociativa da Identidade que, no seu caso particular, eram 11. Após 15 anos de tratamento, Oxnam decidiu escrever sua autobiografia.
«Esta história irresistível e profundamente comovente, apresenta uma nova perspectiva sobre a vulnerabilidade, a complexidade e a resistência psicológicas e sobre o significado da busca da completude», Steven C. Rockefeller, professor jubilado de Religião, no Middlebury College, Vermont, e presidente do Rockefeller Brothers Fund. «Um thriller espiritual e psicológico que simplesmente não se consegue parar de ler. Este livro corajoso e sensato é nada mais nada menos que uma vitória do espírito humano.» Forrest Church, autor de Freedom from Fear: Finding the Courage to Act, Love, and Be.
Coabitavam no «castelo» mental de Oxnam, «Robert» e «Bob», liderando as competências académicas, «Bobby», skater e brincalhão, com 20 anos e tendências suicidas, «Tommy», de 8 anos, sujeito a frequentes acessos de violência, a «Bruxa», agressiva e responsável pelas crises de alcoolismo e bulimia, «Wanda», mulher de meia idade, budista e silenciosa, «Baby», a criança vítima de violência sexual, «Robbey», adolescente tímido, o «Bibliotecário», investigador académico de 30 anos, «Lawrence», outro investigador, mas mais sociável e a «Olhos», presença indefinida, que surgia em momentos de crise.
Segundo David Spiegel, professor associado de psiquiatria da Stanford University, a perturbação pode surgir quando, numa situação desesperada, o indivíduo, sentindo que perdeu o controlo sobre o seu próprio corpo, luta instintivamente para manter, pelo menos, o domínio sobre a mente. Com efeito, no livro, é possível conhecer «Baby», que revela que Oxnam, em criança, foi vítima de abusos sexuais.
Segundo o DSM-IV TR, a Perturbação Dissociativa da Identidade [anteriormente Perturbação Múltipla da Personalidade][DSM-IV TR: 300.14; CID-10: F44.81] reflecte uma falha na integração dos vários aspectos da identidade, memória e consciência. Cada estado de personalidade pode ser experimentado como se tivesse uma história pessoal, auto-imagem e identidade distintas, incluindo um nome diferente. Geralmente, existe uma identidade primária, associada ao nome do sujeito e que é passiva, dependente, culpada e depressiva. As identidades alternativas têm frequentemente nomes e características diferentes, que contrastam com a identidade primária (por ex., podem ser hostis, controladoras e autodestrutivas). Podem, igualmente, surgir identidades particulares em circunstâncias específicas, que podem diferir na idade e género, vocabulário, conhecimentos gerais ou afectos predominantes. As identidades alternativas são experimentadas sequencialmente, tomando o controlo umas às custas das outras, negar o conhecimento umas das outras, sendo críticas ou entrando em conflito aberto umas com as outras. Ocasionalmente, uma ou mais identidades, mais poderosas concedem tempo às outras. As identidades hostis ou agressivas podem, por vezes, interromper actividades ou colocar as outras em situações desagradáveis. Os indivíduos com Perturbação Dissociativa da Identidade relatam frequentemente terem sido sujeitos a abuso físico e sexual graves, especialmente durante a infância.
Sem comentários:
Enviar um comentário