Neste livro, o autor narra a trajectória de Marco Polo – não o navegador e aventureiro veneziano do século XIII, mas um jovem que embarca na grande aventura da vida. Marco Polo é um estudante de Medicina, um espírito livre cheio de sonhos e expectativas. Ao entrar para a faculdade, é confrontado com a insensibilidade de alguns professores, que não compreendem que cada paciente é muito mais do que o quadro semiológico que se lhe associa. Indignado, e numa luta constante contra a indiferença humana, o jovem desafia profissionais de renome internacional para provar que os pacientes com perturbações psíquicas necessitam muito mais do que fármacos e diálogo – precisam, fundamentalmente, de ser tratados como pessoas.
Esta é uma história de esperança e de luta contra as injustiças do mundo, a saga de um desbravador de sonhos, de um poeta da vida, de um homem disposto a correr riscos em nome daquilo em que acredita. Tendo a vida de Marco Polo como fio condutor, «A Saga de Um Pensador», conduz-nos numa viagem pelo mundo da psicologia, induzindo o leitor a reflectir sobre o excêntrico e desenfreado tropel das sociedades modernas - Os nossos maiores problemas não estão nos obstáculos do caminho, mas na escolha da direcção errada. Marco Polo representa, assim, o que a grande maioria das pessoas gostaria de ser: um personagem corajoso, dotado de uma imensa paixão pela vida e pelas pessoas, a quem subjaz uma vontade de mudar, de renascer, de recuperar os sentimentos de humanidade e de solidariedade, tão esquecidos nos dias de hoje.
No início da narrativa, os caloiros da faculdade de Medicina, cheios de expectativa e tensão, ficam chocados ao encontrar, na sua primeira aula de Anatomia, alinhados e anónimos, vários cadáveres estendidos sobre o frio do mármore branco. Marco Polo, um brilhante e audacioso aspirante a psiquiatra, recusa-se a aceitar a frieza e a indiferença dos professores quanto à identidade daqueles corpos - Com uma sinceridade cristalina, Marco Polo perguntou: - Qual é o nome das pessoas que vamos dissecar? O Dr. George recebeu a pergunta como um golpe. [...] Com voz solene, respondeu: - Estes corpos não têm nome!. Instado a procurar informações sobre aqueles indivíduos, aparentemente sem passado, Marco Polo defronta-se com um mundo de sonhos frustrados, futuros desfeitos e esperanças perdidas, lançando-se numa arriscada batalha contra professores e médicos para tentar mudar a abordagem clássica da Psiquiatria, criticando os paradigmas da Medicina, a indústria do preconceito e o sistema social. Guia-o nessa jornada extenuante, o excêntrico «Falcão», um mendigo profundamente conhecedor da alma humana e que recupera a sua própria alegria de viver ao conviver com o jovem sonhador.
Augusto Jorge Cury (02.10.1958-) é psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor. Desenvolveu o conceito de «inteligência multifocal», uma nova perspectiva do funcionamento da mente e da construção do pensamento, e é investigador na área da qualidade de vida e do desenvolvimento da inteligência, numa abordagem dinâmica da emoção e dos pensamentos - Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável.
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